segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Doença de Alzheimer: Constante estimulação cerebral pode evitar a doença

A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, comprometendo as atividades de vida diária e provocando alterações comportamentais. Essa doença afeta mais os idosos, , sendo responsável por mais da metade dos casos de demência na população com mais dos 65 anos.
Sinais da Doença
O sintoma primário é a perda de memória recente, mas com a progressão, vão aparecendo sintomas mais graves como a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo. Nos casos mais graves, a perda da capacidade das tarefas cotidianas também aparece, resultando em completa dependência. A doença pode vir ainda acompanhada de depressão, ansiedade e apatia.


Fatores de Riscos
Alguns fatores de risco conhecidos para a Doença de Alzheimer são a idade e a história familiar, ou seja, se a pessoa já teve um histórico na família de demência ou de algum problema vascular. Além disso, outro aspecto que aumenta o risco de desenvolver a doença de Alzheimer é o baixo nível de escolaridade.  Pessoas com maior nível de escolaridade, geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos  cerebrais. Quanto maior a estimulação cerebral, maior o número de conexões criadas entre as células nervosas (neurônios). Estes novos caminhos criados ampliam a possibilidade de contornar as lesões cerebrais, sendo necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida.
Diagnóstico
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue. O diagnóstico do Alzheimer no paciente que apresenta problemas de memória é baseado na identificação das modificações cognitivas específicas. Exames físicos e neurológicos cuidadosos acompanhados de avaliação do estado mental para identificar os déficits de memória, de linguagem, além de visoespaciais, que é a percepção  de espaço.
Vale ressaltar que o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e em tempo oportuno é fundamental para possibilitar o alívio dos sintomas e a estabilização ou retardo da progressão da doença .

Tratamento
Apesar de não ter sido descoberta a cura para a doença, um tratamento e um cuidado adequado nos diversos pontos de atenção pode proporcionar uma maior sobrevida e uma melhor qualidade de vida às pessoas com a Doença de Alzheimer. O tratamento para as pessoas com Doença de Alzheimer está disponível no Sistema único de Saúde (SUS) e tem como objetivo principal o alívio dos sintomas e a estabilização ou retardo da progressão da doença, visando à promoção de uma maior autonomia e independência funcional pelo maior tempo possível. Nesse sentido, é fundamental que o cuidado e a atenção a essas pessoas se dê de forma integral.
Sendo assim, é importante destacar a importância do trabalho multidisciplinar ofertados nos serviços especializados em reabilitação, com equipes multiprofissionais que contam com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e suporte psicológico e familiar, buscando evitar e/ou retardar a perda das funcionalidades e habilidades cognitivas.
Esses serviços são ofertados nos Centros Especializados em Reabilitação que são pontos de atenção ambulatorial especializados em reabilitação que realizam diagnósticos e o tratamento completo para a pessoa com Alzheimer.
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda disponibiliza medicamentos capazes de retardar o processo da doença e minimizar os distúrbios de humor e comportamento que surgem. O objetivo do tratamento medicamentoso é propiciar a estabilização do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária (ou modificar as manifestações da doença), com um mínimo de efeitos adversos.
Dúvidas Frequentes
Como posso ter acesso ao tratamento ofertado pelo SUS para esse problema?
Deverá procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima à sua residência ou a Secretaria Municipal de Saúde para maiores informações sobre os serviços de referência disponíveis.  
Ter esquecimentos significa estar com Alzheimer?
A perda de memória com piora progressiva é um dos sintomas associados à Doença de Alzheimer, contudo outros sintomas cognitivos e não cognitivos são fundamentais na avaliação do paciente com suspeita da doença. Além da demência, outros fatores podem influenciar e contribuir para a perda de memória, como por exemplo uso de drogas ou medicamentos, estresse ou outras doenças.
Como a demência pode estar ligada ao Alzheimer?  
A demência pode ser definida como síndrome caracterizada por declínio de memória associado a déficit de pelo menos uma outra função cognitiva (linguagem, percepção e reconhecimento de objetos e sensações, entre outras) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo. As demências são consideradas como uma das principais causas de incapacidade na velhice. Entres as causas mais frequentes de demência estão a Doença de Alzheimer, demência vascular, demência com corpos de Lewy e demência frontotemporal, cada uma destas com tratamentos e prognósticos diferentes. A Doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência, responsável por mais de 50% dos casos na faixa etária igual ou superior a 65 anos.
Para quem é cuidador ou convive com uma pessoa com a doença, quais são os cuidados que devem ser adotados?
O papel do cuidador não se limita simplesmente ao acompanhamento das atividades diárias dos indivíduos sob seus cuidados. O cuidador e familiares devem zelar pelo bem-estar do paciente, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer, tendo papel fundamental no cuidado e para o sucesso do tratamento à pessoa com a Doença de Alzheimer. A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo por ele/ela somente as atividades que não seja possível fazer por conta própria, proporcionando-lhe maior autonomia e independência possível. Vale lembrar que não fazem parte da rotina do cuidador técnicas e procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente, na área de enfermagem.
Elaborado pelo Ministério da Saúde, O Guia Prático do Cuidador, oferece orientações para todos aqueles que têm sob sua responsabilidade o cuidado de alguma pessoa, incluindo pessoas com a Doença de Alzheimer, propiciando maior segurança nas ações prestadas e, ainda, orientando os cuidadores para a prática do autocuidado. As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas e discutidas entre o cuidador, a família, os profissionais de saúde e a pessoa cuidada, sempre que possível. Esta parceria deverá possibilitar a sistematização das tarefas a serem realizadas no próprio domicílio, privilegiando-se aquelas relacionadas à promoção da saúde, à prevenção de incapacidades e à manutenção da capacidade funcional da pessoa cuidada e do seu cuidador, evitando-se assim, na medida do possível, hospitalização, asilamentos e outras formas de segregação e isolamento.
Qual é a diferença entre Alzheimer e Parkinson?
Embora ambas sejam doenças neurodegenerativas progressivas, na Doença de Alzheimer, ocorre a deterioração cognitiva e da memória, com o comprometimento progressivo das atividades de vida diária, bem como uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. Já na Doença de Parkinson as principais manifestações são motoras e incluem tremor de repouso, bradicinesia (lentidão nos movimentos) e alterações na postura. No entanto, na doença de Parkinson, podem estar presentes sinais e sintomas não motores, como alterações do olfato, distúrbios do sono, constipação, mudanças emocionais, depressão, ansiedade, sintomas psicóticos, alterações cognitivas e demência.
Fonte: Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

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