quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Refluxo: Rouquidão, tosse e dor no peito podem ser sintomas desta doença

Mudança de hábitos alimentares e controle do peso são estratégias de tratamento da doença e melhoram a qualidade de vida dos pacientes

Rouquidão, pigarro, tosse crônica e dor no peito podem ser sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), popularmente conhecida como refluxo. Ana Zuccaro, chefe do serviço de Endoscopia do Hospital Federal de Ipanema (HFI), explica que esta variedade de queixas é possível porque este agravo é caracterizado pelo retorno de parte do conteúdo gástrico para o esôfago, causando lesões nesta área e em órgãos vizinhos como a faringe, laringe e o pulmão.
De acordo com a especialista, “as sensações de queimação e de retorno do alimento são as reclamações mais comuns de pacientes e apresentam intensidade variável, podendo se manifestar por tempo prolongado e interferindo diretamente na qualidade de vida do paciente”. Ana Zuccaro lembra que a DRGE é uma mudança crônica no organismo e pode ser tratada com adoção de hábitos alimentares e medicações. Fatores como ganho de peso, maus hábitos alimentares e o consumo de bebidas alcoólicas, em excesso, podem desencadear novas crises.
O diagnóstico clínico pode ser feito, inicialmente, pela persistência dos sintomas citados e é complementado com a endoscopia, que permite avaliar a presença de lesões no esôfago e estômago.

A endoscopia digestiva alta é o primeiro exame indicado na investigação da DRGE, pois permite avaliar a presença e a gravidade das lesões no esôfago, causadas pelo refluxo. A ausência de lesões na mucosa do esôfago não exclui o diagnóstico e, nesses casos, indica-se que o paciente faça o exame de phmetria – para medir a acidez do refluxo ácido do estômago para e esôfago e para a faringe.
TRATAMENTO – As medidas comportamentais, ou seja, mudanças de hábito de vida dos pacientes são a parte mais difícil do tratamento, segundo a médica. Ana sugere a observação dos alimentos que desencadeiam sintomas do refluxo, como comidas gordurosas, cítricas, café e chá preto, bebidas alcoólicas e gasosas (refrigerante), ou com menta e hortelã. Eles devem ser evitados ou consumidos em menor quantidade e frequência. O tratamento farmacológico é direcionado para o alívio dos sintomas, a cicatrização de lesões no esôfago e a melhora dos sintomas extra-esofágicos, como a rouquidão e a tosse seca. Os medicamentos mais comuns são os inibidores da bomba de próton (omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, etc.) e antiácidos, mas devem ser prescritos, por médicos, de acordo com a gravidade de cada caso clínico. Em alguns casos é indicado o tratamento cirúrgico.
O nutricionista do HFI, Hugo Marques, reforça a importância da mudança de hábitos alimentares como um fator determinante no cuidado com a doença do refluxo gastroesofágico. Ele acrescenta alimentos que devem ser evitados como laticínios, alho, cebola, pimenta e gengibre. “Eles diminuem a pressão da válvula entre o esôfago e o estômago, favorecendo o refluxo, que ocorre quando esta estrutura não se fecha adequadamente e o conteúdo do estômago volta para o esôfago, trazendo a sensação de queimação – pirose, conhecida como azia”, explica.

Dicas para o tratamento de Refluxo:

Realizar refeições em pequenos volumes, com intervalos de cerca de 3 horas;

Evitar o consumo de líquidos junto com o almoço e o jantar;

Deitar-se pelo menos 2 horas após a última refeição;

Parar de fumar;

Reduzir o peso.

Fonte: Pâmela Pinto, para o Blog da Saúde

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